terça-feira, 14 de maio de 2013

Novidades Nipónicas e + Desacordo!

Olá, "senhoras e senhores, irmãos e irmãs, amigos, camaradas"!
Esta entrada para variar vai ser curtinha mas ainda assim cheia de informação. Para não variar vou cascar mais um bocado no Acordo Ortográfico de 1990 (AO90), ao mesmo tempo que vos dou as últimas sobre Portugal e o Japão.
Começo por vos falar de oportunidades, lá fora e cá dentro:

O Japão estreita mais uma vez a distância que nos separa disponibilizando bolsas de estudo/investigação para portugueses que queiram para lá ir estudar. O processo de candidatura está todo explicado nesta notícia do público.
As oportunidades dentro do país vão aparecendo mensalmente, sendo focam a transmissão cultural, e poderão verificá-las no:

Dos eventos destaco a Festa Japonesa, em Belém, que se realizará a 15 de Junho, no Jardim do Japão. (para mais informações, verificar link acima).

E pronto, tendo terminada a parte agradável, vamos então agora abordar o (des)Acordo. Lembram-se de eu vos falar, e não sou o único, da ambiguidade inata deste AO90? Bem, eis mais um exemplo de como ele sabota qualquer tentativa de se ter um vocabulário científico universal e NÃO ambíguo.


Repare-se que o Expresso já adoptou um novo Acordo Ortográfico. Não o de 1990, que diz utilizar, mas o AOCM (Acordo Ortográfico do Correio da Manhã), que basicamente diz que se aplica o AO90 mas não completamente... Esta universalidade é suprema.
No boletim que postei acima da Embaixada do Japão só detectei um erro derivado à aplicação do AO90, mas ou foi lapso ou foi causado por copy paste uma vez que o evento em questão está relacionado com uma escola portuguesa.
Como gosto sempre de fazer, vou deixar-vos também com mais uns exemplos de desobediência activa ao Acordo Ortográfico de 1990:
O Jornal Sénior é uma nova publicação, com um público alvo mais velho o que é inteligente sendo que a realidade portuguesa é a de uma população envelhecida, tal como parece que acontece no Japão. Este jornal não aplica o AO90. Como costumam dizer os camaradas da página do Facebook Tradutores contra o Acordo Ortográfico: "Saúda-se!"
Escrevem-se livros não só a identificarem pormenorizadamente os erros do AO90, mas também a contar a sórdida Origin Story (expressão idiomática do mundo da banda desenhada norte-americana) deste documento pseudo-científico, pseudo-cultural, gerado por interesses político-económicos.
Por falar em Economia, note-se que parece que se venderam cerca de 1 milhão de livros a menos em Portugal no ano de 2012, face aos anos anteriores. A primeira reacção (e não pode deixar de ser um factor com enorme peso) será culpar a crise. Mas será só isso? O camarada JAA do blog que postarei a seguir não acha e eu partilho da sua opinião:
Só para enfatizar este argumento, vou partilhar com vocês algo que me aconteceu recentemente. Estava eu no Vasco da Gama, Centro Comercial em Lisboa, a fazer tempo à espera que me enchessem o tinteiro da impressora, quando resolvi ir à Bertrand ver as novidades e quiçá ler umas páginas de algum livro desconhecido. Tinha 1 hora para matar, segundo o funcionário da Worten. Depois de vaguear pelas estantes encontrei um livro de autor português cujo título me intrigou. Chama-se "O Leitor de Cadáveres". A história passa-se na China, no início do segundo milénio D.C., anno domini se preferirem, e conta a história de um rapaz muito inteligente que se tornará uma espécie de médico legista da época. A contra capa do livro informa que a história é baseada em dados históricos e como eu sou grande admirador da civilização milenar chinesa (quanto mais não seja pela sua esmagadora antiguidade), peguei no livro e comecei a devorá-lo. Perdi contudo o apetite e até a fome, quando já ponderava comprá-lo, quando detectei o AO90. Foi difícil, pois nas primeiras páginas não aparecem nenhumas palavras em que houvesse diferença. Assim que tal aconteceu, fui ver a editora... tem o nome Porto, mas não foi por ser Benfiquista que eu, após acabar o primeiro capítulo, arrumei o livro onde o encontrei e fui buscar o meu tinteiro, já sem interesse nenhum em gastar o pouco dinheiro que tenho num livro cuja história até me poderia ter interessado. É que como disse Saramago, ele a ironizar mas eu muito a sério parafraseio, tirarem-me os C's e os P's faz-me mal!
Felizmente ainda há editoras com inteligência e noção de cidadania, como a Guerra e Paz que acabou de se juntar às nossas fileiras, no mesmo mês que a Maxim saiu do armário: o mais recente inimigo do AO90.

O meu melhor amigo está-me sempre a dizer que não vale a pena, que não percebe porque me importo com isso, que já não há volta a dar, porque o AO90 já está implementado, que os putos já o estão a aprender na escola... mas estarão mesmo? Como os governos do centro adoram destruir a Educação é algo que me espanta tanto que não me espanta nada, pois os governos do Statu Quo, dos interesses económicos, do PS(D), lucram da ignorância e apatia intelectual daqueles que governam. Neste tópico, aconselho a leitura também de outra notícia, desta volta sobre os custos que vão acarretar a súbita alteração no programa de Matemática, na qual um atento leitor do Público online comenta o facto de serem as editoras a lucrar com isto tudo e serem o lobby que domina o Ministério da tutela. Será sem dúvida nenhuma a isto que se refere o Cavaco (que teima em não arder de vez) quando fala no Potencial Económico da Língua Portuguesa, mais uma forma de infligir sacrifícios aos já martirizados portugueses. Sem dúvida o nosso iluminado PR é produto de divina inspiração (que afirmação mais deplorável do ponto de vista secular!!).

Para terminar, é importante perceber-se, e não me canso/nunca me cansarei de o realçar, que não é só em Portugal que se resiste ao AO90, mas sim em toda a Lusofonia. A Rádio Televisão de Cabo Verde e a Televisão de Moçambique não usam o (des)Acordo Ortográfico. Estes são os canais homólogos da nossa RTP nos seus países, canais públicos controlados pelo estado e ambos estes estados terão rectificado o AO90. Agora digam-me quem anda a propagandear desinformação, Ciberdúvidas? E o meu post anterior bem demonstra que muitos brasileiros estão contra o AO90.

Vá lá, portugueses, assinem sem demora a ILC contra o AO90 se ainda não o fizeram. Para tal usem os links abaixo:
Como obter o número de eleitor, via net ou telemóvel

Despeço-me com amizade, eternamente grato por me lerem, mais ainda se a mim se juntarem nesta luta as vossas vozes, pois se tens net e sabes ler, 'tá na altura de começares a escrever também! Convertam as vossas canetas em katanas! A Cristina Pinheiro Moita já o fez com o poema que abaixo vos deixo.
Abaixo o mAO90ismo!
Sayonara, tomodachi! ;)

«Este acordo ortográfico
Por vezes até nos faz rir
Não sei por onde parámos
Ó que caminho a seguir
Se é “pára” já não existe
Se para não sei se “pára”
Para / “Pára”
“Pára” / Para
Quem me sabe explicar?
Porque não “pára” a idiotice
As crianças gostam de brincar
Mas não querem tanta burrice
Faltasse a pala ao Camões
Quem sabe ele ainda visse?
Para trocar o “pára” por Stop
Antes que alguém caísse»

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